Em março de 2024, a World Obesity Federation (WOF) apresentou a sexta edição do Atlas Mundial da Obesidade, lançando luz sobre dados preocupantes sobre a crescente incidência da obesidade. Destaca-se a projeção de que metade das crianças no Brasil estará com excesso de peso em 2035, apontando a urgência de medidas globais para combater esse problema de saúde pública.
O Atlas Mundial da Obesidade, apresenta estimativas sobre os níveis e tendências nacionais de prevalência da obesidade. Esta edição abordou especialmente temas específicos, como o aumento da obesidade infantil, as metas globais, o impacto na susceptibilidade ao COVID-19 e as repercussões econômicas do sobrepeso e da obesidade.
O Atlas contém 235 páginas e apresenta conteúdo sobre níveis globais da obesidade, e alerta para quase 3,3 bilhões de adultos que poderão ser afetados até 2035, em comparação com 2,2 bilhões em 2020. Das 41 milhões de mortes anuais atribuídas a doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), 5 milhões são impulsionadas pelo índice de massa corporal (IMC) elevado. O Brasil é citado no Atlas com o aumento anual de pessoas com IMC elevado:
- 1.9% é o número projetado de adultos com IMC alto (2020-2035)
- 1.8% número projetado de crianças com IMC alto (2020–2035)
O Brasil está inserido no Plano de Aceleração da OMS, comprometendo-se a implementar medidas para prevenir e gerenciar a obesidade.
Destaques Notáveis:
- Até 2035, um em cada 4 adultos conviverá com a obesidade no mundo.
- Das 41 milhões de mortes anuais por DCNTs, 5 milhões são associadas ao IMC elevado.
- Crescimento anual de pessoas com IMC elevado é uma fonte de preocupação, com projeções para adultos (1.9%) e crianças (1.8%) até 2035.
- O Atlas destaca a região das Américas como uma das mais impactadas globalmente pelo sobrepeso e obesidade. Ele revela a correlação entre desenvolvimento econômico, emissões de gases e IMC elevado, ressaltando a complexidade ambiental envolvida nesse desafio de saúde global. O Brasil, como parte dos países selecionados para o Plano de Aceleração da OMS, assume o compromisso de abordar a obesidade de maneira abrangente.
- A falta de progresso global na redução da obesidade é evidente, contradizendo as metas estabelecidas pela OMS de “deter o aumento” até 2030. O Atlas alerta que, até 2035, mais da metade da população mundial estará acima do peso considerado saudável. Países de baixa e média renda enfrentam um duplo ônus de má-nutrição, com a obesidade emergindo como uma ameaça crescente.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) chama a atenção sobre assuntos que impactam diretamente sobre a obesidade, como:
- Ações de incentivo às práticas saudáveis desde os primeiros dias de vida, incluindo a importância e apoio da amamentação;
- A regulamentação sobre as propagandas de alimentos e bebidas para crianças e adolescentes;
- Políticas de alimentação e nutrição escolar;
- Políticas de rotulagem nutricional;
- Campanhas educativas de alimentação saudável;
- Estímulo à atividade física dentro e fora das escolas.
Aspectos Cruciais:
- A região das Américas é uma das mais impactadas globalmente pelo sobrepeso e obesidade.
- A correlação entre desenvolvimento econômico e IMC elevado destaca a complexidade do problema.
- A prevalência de IMC elevado é positivamente correlacionada com o PIB per capita, urbanização e consumo de produtos processados, ilustrando as complexidades ambientais envolvidas no problema global da obesidade.
- A relação bidirecional entre saúde planetária e IMC elevado é evidenciada no Atlas, com as mudanças climáticas contribuindo para o aumento da obesidade.
- Necessidade premente de abordagens multissetoriais, incluindo financiamento sustentável e políticas eficazes.
Apontando exclusivamente para o Brasil
- O Brasil pode ter até 50% das crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos com obesidade ou sobrepeso em 2035.
- Brasil deve ter 127 milhões de adultos com sobrepeso e obesidade até 2035.
Em resumo, o Atlas Mundial da Obesidade 2024 ressalta a urgência de ações globais para lidar com a crescente prevalência da obesidade, enfatizando a complexidade ambiental, as correlações econômicas e a importância de abordagens abrangentes.
Os 10 países com mais homens obesos
- Tonga – 80%
- Samoa – 79%
- Estados Unidos – 79%
- Malta – 78%
- Kuwait – 77%
- Nova Zelândia – 76%
- Austrália – 76%
- Israel – 76%
- Catar – 76%
- Canadá – 76%
Os 10 países com mais mulheres obesas
- Tonga – 87%
- Samoa – 86%
- Kuwait – 79%
- Jordânia – 78%
- Arábia Saudita – 78%
- Catar – 77%
- Turquia – 76%
- Líbia – 75%
- Líbano – 75%
- Omã – 74%